Hans Christian Andersen (1805-1875)
Autor dinamarquês nascido, no dia 02 de abril de 1805, em uma apertada casa de um cômodo só, filho de um simples sapateiro e uma lavadeira, na cidade de Odense. Andersen nasce no mesmo ano em que Napoleão Bonaparte obtinha suas primeiras vitórias decisivas. Assim, desde menino, vai respirar a atmosfera de exaltação nacionalista. A Dinamarca também se entrega à descoberta dos valores ancestrais, não com o espírito de auto-afirmação política, mas no sentido étnico, de revelar o caráter da raça. Tal como fizeram os Irmãos Grimm, Andersen foi um escritor que se preocupou, essencialmente, com a sensibilidade exaltada pelo Romantismo. Aos 11 anos, órfão de pai, sentiu-se no mundo completamente só. Pouco freqüentou a escola, aparecendo somente nos intervalos pois a maior parte de seu tempo consumiu-se com as histórias que imaginava - o que fazia muito melhor que suas lições. Mas, dono de uma memória privilegiada, Hans Christian podia aprender e guardar na cabeça, muito facilmente, tudo o que ouvia de um vizinho que tinha por hábito estudar em voz alta... Decorou poemas e pequenas peças, recitava, imitava os mímicos, bailarinos e acrobatas. Sua mãe para colocar um ponto final em suas estrepolias, arranjou-lhe o que fazer em uma oficina de tecelões, depois entre tabacoeiros e, finalmente, com entalhadores - mas o menino sabia que essas ocupações não eram para ele: as únicas coisas que lhe interessam eram as estórias, fossem no teatro, estivessem nos livros. E, quando tinha 14 anos, pôs os pés na estrada para Copenhagen, buscando sua fortuna como fazem muitos dos personagens do mundo das fadas...
Seguiram-se três anos difíceis, Hans Christian ganhava uma ninharia cantando no coro de meninos. Mas sua voz mudou... tentou atuar e ingressar nas companhias de dança, mas sendo naturalmente desajeitado sua carreira tornara-se impossível. Pensou trabalhar com as mãos, mas nem para os trabalhos manuais havia talento. Porém, jamais ocorrer à ele voltar para casa ou desistir.
Quando estava com 17, Andersen despertou a atenção de Jonas Collin, chanceler e diretor do Teatro Real, que leu uma peça escrita pelo rapaz e nele reconheceu um grande talento. Junto ao Rei, Collin pediu auxílio financeiro para a educação de Andersen, enviando-o para uma escola próxima a Copenhagen. Seu professor, um homem amargo, dispensava àsperos tratamentos e ridicularizava sua intenção de tornar-se escritor... Por fim, Collin retirou Hans desse ambiente e arranjou-lhe um tutor particular para os estudos na própria Copenhagen. Ao concluir 23 anos, Andersen passava nos exames de admissão da Universidade.
Os textos de Andersen começaram a ser publicados em 1829. Em 1833, o rei conferiu a ele uma grande importância em dinheiro para viajar através das terras da Alemanha, França, Suíça e Itália. Foram 16 meses de enriquecimento cultural, escreveu as impressões de sua viagem, além de poemas, peças teatrais, novelas... em 1835, Andersen publicou 4 histórias sob o título EVENTYR I UDVALG (Contos de Fadas para Crianças). Quem leu - crianças e adultos, pediram mais... Até 1873, publicou 168 contos.. Ele jamais se casou, não teve filhos, mas soube cativar a infância como poucos. Hans Christian Andersen faleceu no dia 4 de agosto de 1875.
Seus principais contos são:
- 1835: A Princesa e o Grão de Ervilha (Uma Verdadeira Princesa), Mindinha (Thumbelina ou Little Tiny);
- 1836: A Pequena Sereia
- 1837: A Roupa Nova do Imperador
- 1838: O Soldadinho de Chumbo, Os Cisnes Selvagens, As Cegonhas;
- 1844: O Rouxinol do Imperador e O Patinho Feio;
- 1845: A Rainha da Neve e Os Sapatinhos Vermelhos;
- 1846: A Menina dos Fósforos.
Andersen é considerado o precursor da literatura infantil mundial, foi a primeira voz autenticamente romântica a contar estórias para as crianças e a sugerir-lhes padrões de comportamento a serem adotados pela nova sociedade que se organizava. Na ternura que ele demonstra, em suas estórias, pelos pequenos e desvalidos, encontramos a generosidade humanista e o espírito de caridade próprios do Romantismo. No confronto constante que Andersen estabelece entre o poderoso e o desprotegido, o forte e o fraco, mostrando não só a injustiça do poder explorador, como, também, a superioridade humana do explorado, vemos a funda consciência de que todos os homens devem ter direitos iguais.
Justamente por sua importância, em função da data de seu nascimento, comemora-se em 2 de abril o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil. O prêmio internacional mais importante na literatura infanto-juvenil é conferido pela International Board on Books fou Young People - IBBY. Esta premiação é representada pela medalha Hans Christian Andersen. Em 1982, Lygia Bojunga foi a primeira representante brasileira a ser contemplada com esta medalha.
Hans Christian Andersen faleceu em Copenhague, em 1875.
Outros Contos de Andersen:
- O Pequeno Claus e o Grande Claus (Nicolau Grande e Nicolau Pequeno)
- As Flores da Pequena Ida
- João Pato
- O Isqueiro Mágico
- A Sombra
- O Sino
- A Pastora e o Limpador de Chaminés
- O baú voador
- Você agiu bem, meu marido
- O tratador de porcos
Fontes:
Dicionário Crítico da Literatura Infantil e Juvenil Brasileira - Nelly Novaes Coelho - EdUSP
Enciclopédia Grolier
Literatura Infantil: Teoria, Análise, Didática. São Paulo: Moderna, 2000.
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